Cão 'rottweiler' ataca menina de 20 meses
por PAULA MARTINHEIRA15 fevereiro 2008
Criança internada nos cuidados intensivos
"Aconteceu tudo num ápice, de forma inesperada e sem que ninguém se tivesse apercebido. Quando cheguei ao pé da minha sobrinha, só tive tempo de afastar o Apolo e prendê-lo. O crânio da menina estava à mostra e havia sangue por todos os lados. Pensei que estivesse morta." Foi com a voz ainda trémula pela emoção da tragédia vivida que André Fernandes contou ao DN o ataque que um dos seus três cães rottweiler, de sete anos, desferiu ontem, cerca das 10.00, contra a sua sobrinha, Eva, de 20 meses, quando a avó paterna se preparava para a colocar na cadeirinha do carro, na casa da família, no sítio da Soalheira, entre Loulé e Boliqueime, a fim de a levar ao infantário.
À hora do fecho desta edição, a menina, que foi levada numa ambulância dos Bombeiros de Loulé para o centro de saúde local e posteriormente transferida para o Hospital Central de Faro, tendo estado, nesse percurso, sempre consciente, encontrava-se internada na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, depois de ter sido submetida durante a tarde a uma intervenção cirúrgica por duas equipas, uma de Neurocirurgia e outra de Cirurgia Plástica. Segundo referiu ao nosso jornal fonte hospitalar, a sua situação clínica era "grave", mas na fase pós-operatória, estava "estabilizada".
"A minha mãe levou a Eva ao colo até à viatura, a pouco mais de 20 metros da casa, e colocou-a no chão para ajeitar a cadeirinha. A miúda começou a chorar e foi nessa altura que o cão se aproximou dela, cheirou-a e atacou-a subitamente", relatou o tio da Eva, sublinhando que "foi tudo horrível, um verdadeiro filme de terror, com a minha mãe a tentar desesperadamente afastar o Apolo da menina, deitando-se por cima dela para a proteger". André estava em casa e assim que ouviu os gritos correu imediatamente em direcção ao carro, tendo conseguido afastar o cão, o qual, "repentinamente, ficou dócil como sempre foi. Não sei o que terá acontecido", relatou, argumentando que "o comportamento do animal pode ter a ver com o facto de ele saber que é preso sempre que a minha sobrinha sai à rua".
O cão, que por volta das 12.00 foi levado para o Canil Municipal de Loulé, mordeu a Eva em várias partes do corpo e sobretudo na zona da cabeça. O tio da vítima, que é também proprietário de outro macho e uma fêmea da mesma raça, com oito e nove anos, respectivamente, assegura que o animal "nunca teve qualquer manifestação agressiva" e estava "familiarizado" com a criança.
De acordo com André Fernandes, a menina, que vive com o pai (separado da mãe) na moradia dos avós paternos, "nunca sai à rua com os cães soltos". "Temos sempre essa preocupação", garantiu, contando que, ontem, "por azar", o carro da sua mãe, Aurélia, de 50 anos, (que ficou em estado de choque), não estava estacionado, como habitualmente, em frente à porta de casa.
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