Cão que herdou US$ 12 mi é odiado por empregados
30 de agosto de 2007 • 14h31 • atualizado às 15h51
 A multimilionária Leona Helmsley e sua cadela Trouble |
29 de agosto de 2007
Foto: AP
Com sua coleira de diamantes e comida preparada por um chef, a cachorrinha Trouble poderá manter sua vida de luxo com os US$ 12 milhões que herdou de sua falecida dona, a magnata Leona Helmsley, mas terá de enfrentar a má vontade e a inveja dos empregados que cuidarão dela.
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"Ela mordia todo mundo: seguranças, empregados, até os clientes", relata Zamfira Sfara, uma doméstica romena que trabalhava para a milionária que morreu aos 87 anos. Leona Helmsley, a dona de um império imobiliário nos Estados Unidos, deserdou dois netos e deixou US$ 12 milhões para Trouble, afirmou nesta terça-feira a imprensa norte-americana.
A chamada "rainha da maldade" em suas últimas vontades fez jus ao apelido que ganhou em vida nos tablóides, já que o principal beneficiário de sua fortuna será Trouble, a pequena cachorra maltesa branca do qual nunca se separava, segundo o Daily News.
A guarda da cachorrinha mimada ficará a cargo de Alvin Rosenthal, irmão da finada e menos felizardo do que o bichinho, já que só receberá US$ 10 milhões. Para seus netos David e Walter decidiu deixar US$ 5 milhões para cada, mas com uma condição: visitar pelo menos uma vez por ano, de preferência no dia do aniversário da morte, o túmulo de seu pai, conforme determina o testamento.
Craig e Meegan, os outros dois netos, ficaram, em compensação, sem nada, "por razões por eles conhecidas", ainda de acordo com suas últimas vontades. O único empregado a quem Leona aparentemente estimava era seu motorista, Nicholas Celea, para quem deixou US$ 100 mil. "Só posso dizer que eu gostava mesmo dela", declarou ele.
Leona faleceu em 20 de agosto. Em 1972, casou com o magnata Harry Helmsley e juntos administraram uma cadeia de hotéis e outros negócios imobiliários, incluindo o Empire State Building, atualmente o prédio mais alto de Nova York. Segundo a revista Forbes, a fortuna da viúva chegava a US$ 2,5 bilhões.
Em 1989 foi julgada por sonegação e seus funcionários diziam que ela se vangloriava de não pagar impostos, argumentando que "só a plebe paga impostos". Era considerada uma tirana, que tornava a vida das pessoas a seu redor impossível.
Criação em berço de ouro
A vida de Trouble no luxuoso apartamento do hotel dos Helmsley junto ao Central Park sempre foi um conto de fadas. Vestida com roupas caras e enfeitada de diamantes, Trouble é alimentada com pratos preparados especialmente pelo chef do hotel.
A empregada relata que ficava de joelhos para alimentar o cão com a mão, mas, aparentemente, Trouble não gostava que segurassem sua comida. "Nunca se sabia quando ela ia morder. Uma vez me mordeu e, enquanto ela cravava os dentes nos meus dedos, Leona dizia: bem feito! Ela merece!". A empregada disse que ficou traumatizada com a experiência e abriu um processo contra a patroa, que agora está em apelação.
A cachorra tem 8 anos, mas aparentemente não está bem de saúde. Segundo os especialistas, os malteses vivem cerca de 14 anos e seu caráter é habitualmente descrito como vivaz, mas territorial. Outros famosos tiveram malteses como mascote preferida, incluindo Elizabeth Taylor e Liberace. Os amigos asseguram que, através da cachorrinha, Helmsley acreditava que podia se comunicar com seu marido, falecido em 1997.
Quando a cachorrinha Trouble for chamada a se encontrar com sua dona, ficará a seu lado no mausoléu de US$ 1,4 milhão cercado por 12 colunas dóricas e ao qual foi destinado um fundo de US$ 3 milhões para que Leona Helmsley possa assim continuar desfrutando do luxo em sua vida além-túmulo.
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