segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


ATAQUES DE CÃES

Esta semana, o ataque de um cão a uma criança de 1 ano e 9 meses chocou muitas pessoas. O menino passeava com o pai em uma praça do Alto de Pinheiros, região oeste da cidade, quando o pastor alemão fugiu de sua casa e mordeu a criança no queixo e nas pálpebras. Os ferimentos só não foram maiores porque o pai conseguiu afugentar o cão. O animal pertencia a uma juíza, e ela afirma que ele nunca havia demonstrado comportamento agressivo. Como evitar acidentes desse tipo?

“O dono é o responsável, inclusive criminalmente, pelo comportamento do animal”, afirma Noemia Tucunduva Paranhos, médica veterinária do setor de vigilância epidemiológica do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que também lida com os casos de agressões. De acordo com a veterinária, o dono do cão deve zelar para que ele não apresente riscos para os outros e para a própria pessoa. “Se você tem um animal de porte grande, precisa conhecê-lo e ensiná-lo desde cedo a conviver com pessoas. Atitudes como prender o cão com correntes, deixá-lo isolado no canil ou mesmo fazer brincadeiras agressivas como cabo-de-guerra podem deixá-lo mais violento”, diz a veterinária.

Na hora de passear com o cão, o uso de coleira com guia curta e focinheira é obrigatório para animais das raças Mastim Napolitano, Pit Bull, Rottweiler e American Staffordshire Terrier, segundo a Lei nº 11.531, de novembro de 2003. Quem desrespeitá-la pode arcar com uma multa de 10 UFESPs (cerca de R$160). Mas o uso destes equipamentos não deve limitar-se à legislação. Cães de outras raças, até mesmo pequenos, podem representar ameaças ao convívio. E cabe aos donos identificar estes comportamentos antes que o animal cause problemas.

Confira os sinais de que um cão apresenta comportamento agressivo:

•O cão late e/ou rosna.
•Mostra os dentes.
•Os pelos da nuca e do dorso ficam eriçados.
•As orelhas ficam abaixadas e para trás.
•A postura se torna rígida, os membros mantidos afastados e o dorso encurvado.
Se o seu pet mostra estes sinais, não entre em pânico ou pense em doá-lo ou mesmo abandoná-lo. “A pessoa tem que se comprometer em reverter a situação e prevenir ataques”, diz Noemia. “Hoje existem especialistas em treinamento que garantem que quase todo animal pode ser recuperado. Não é muito simples, mas descartar não é a solução”. Assim, procure um adestrador, e garanta que o animal não ande sem supervisão em público. Cuidados extras devem ser tomados para que ele não escape de casa. Confira se a cerca ou muro apresenta falhas e evite que o pet fique na área da garagem durante a entrada e saída de veículos.

Mesmo quem não tem cachorros deve saber como interagir com eles. Caso você ache que será atacado por um cão, confira o que fazer:

•Fique em pé, imóvel, protegendo a cabeça, o rosto e o pescoço, encobrindo-os com as mãos e braços.
•Nunca olhe diretamente para o animal. Se ele atacar você, continue se protegendo, sem gritar, nem se mover. Tente ficar parado.
•Se você cair, fique em posição fetal, ou seja, de lado com as pernas dobradas e os joelhos encostados ao tórax. A cabeça deve ficar encosta nos joelhos e as mãos protegendo o pescoço.
•Fique imóvel até aparecer ajuda (se você ficar parado, provavelmente o cão não morderá).
Caso o animal ataque, é importante lavar a ferida com água e sabão e procurar um médico. Identificar o dono do animal também é fundamental para garantir que ele não possui raiva. Basta pedir para o dono observá-lo por dez dias, período no qual a doença se manifestaria. “A gente não costuma indicar vacina de raiva para a pessoa mordida caso o animal não apresenta a doença”, diz Noemia

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