sábado, 14 de maio de 2011

'Pitbull' ataca criança de seis anos sem motivo aparente

cidades

por
PAULA MARTINHEIRA23 Junho 2007
"Estávamos a fazer um puzzle quando, sem motivo ou explicação alguma, o Muff se atirou ao Carlos. Tentei afastá-lo do miúdo, mas o cão parecia estar enraivecido. Gritei desal- madamente por socorro, quando o animal o largou, o Carlitos parecia um Cristo, todo ensanguentado."
Foi com visível nervosismo e de olhos marejados de lágrimas que a namorada do proprietário (irmão da vítima) do cão de raça pitbull que, na quinta-feira à tarde, atacou uma criança de seis anos, na Fuzeta, contou ontem ao DN como tudo aconteceu. Cláudia, de 17 anos, garante que nunca mais apagará aquelas "imagens da cabeça", tanto mais que o ataque "surgiu do nada". O menor encontra-se internado no Serviço de Pediatria do Hospital Distrital de Faro a recuperar (em situação estável) das várias feridas, que tiveram de ser suturadas, infligidas pelo cão na cabeça e no peito.
O ataque ocorreu cerca das 16.00 num quintal existente nas traseiras do minimercado que os pais da vítima exploram no centro daquela localidade perto de Olhão. Segundo contou a avó, Francisca, o cão costumava ficar naquele quintal. Valeu à criança, que tinha regressado da festa do final do ano lectivo da escola, ter "instintivamente coberto a cara com os braços". "Se não fosse isso, tinha ficado com a face esfacelada, com marcas para o resto da vida", referiu, sublinhando que o menino "não gritou nem chorou", tendo ficado "apenas assustado". Ontem, a criança estava bem-disposta, mas a família receia que tenha ficado traumatizada. "Agora, é esperar para ver a reacção dele, sobretudo com cães."
O Muff, que foi sedado logo após o ataque e recolhido pelos serviços camarários que o levaram para o Canil Municipal de Olhão (tendo o seu proprietário dado ordens para que fosse abatido), foi ainda bebé para a casa dos pais da vítima. O cão tinha cerca de um ano e, de acordo com a irmã do menino, Marília, de 22 anos, "convivia diariamente" com o mesmo. "Ninguém percebe como é que as coisas aconteceram, sobretudo porque o Carlos e a Cláudia estavam calmamente sentados, sem qualquer actividade física que pudesse ter excitado o cão".
Marília, que passou a noite ao lado do irmão, no hospital, afirma que o animal tinha "toda a documentação em dia, nomeadamente o chip, seguro e vacinas", assegurando que o irmão Tiago, de 20 anos, dono do animal, "era muito cuidadoso, tendo gasto muito dinheiro a tratar do cão". Ao DN, a GNR confirmou que na altura do acidente, a família do menino "fez prova de alguma documentação", tendo ficado de apresentar ontem a restante.
A raça pitbull é uma das sete consideradas perigosas à luz da lei. A portaria que enquadra esta classificação entrou em vigor a 1 de Julho de 2004. Este ano já se registaram vários incidentes envolvendo cães. O mais grave aconteceu em Março, na Várzea de Sintra, quando quatro rottweilers atacaram e mataram uma mulher na via pública.|
Artigo Parcial http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=659978&page=-1  

Nenhum comentário:

Postar um comentário