sábado, 2 de junho de 2012

Os meus filhos brincavam com ele diz dona

Ataque de cão16/02/2012 | 04h06

De cão que atacou menino no Litoral

Claudete Vicente garante que está sofrendo como se tivesse perdido o próprio filho



"Os meus filhos brincavam com ele", diz dona de cão que atacou menino no Litoral Mauro Vieira/Agencia RBS
Enterro, às 16h de quarta-feira, reuniu centenas de pessoas no cemitério municipal de Capão da Canoa Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
Donos do cão Tigre, uma mistura de pitbull com rottweiler, que matou Gustavo Luís Gomes de Souza, cinco anos, na tarde de terça-feira, deixaram Capão da Canoa no dia do ataque.

A funcionária de zeladoria Claudete Vicente e o marido dela, o jardineiro Bossoel Fagundes Vicente, se dizem ameaçados: temem permanecer na casa onde aconteceu o incidente e garantem estar sofrendo “como se tivessem perdido um filho”.

 Quarta-feira, Claudete, que prefere não informar o novo paradeiro da família, conversou por telefone com Zero Hora. Confira a síntese da conversa:
Zero Hora – O que pode ter acontecido para o cão morder e matar aquele menino?

Claudete Vicente
– Eu não sei detalhes porque não estava em casa. Mas foi uma tragédia.

ZH – O que a filha da senhora lhe contou?

Claudete
– Ela me disse que os dois estavam na sala, jogando videogame, quando o Gustavo disse que iria até o pátio. A Brenda (filha de Claudete, de 11 anos, que estava sozinha com o menino na casa) falou para ele não ir, porque o Tigre estava no pátio. Mesmo assim, ele foi. Quando a Brenda chegou ao pátio, o Tigre estava lambendo as mãos dele, brincando com o menino. Mas, de uma hora para outra, sem nenhum motivo, ele avançou no pescoço dele.

ZH – Moradores dizem que ele já havia tentado morder um lixeiro e que andava solto pela rua.

Claudete
– Ele estava sempre preso a uma corda, nos fundos da casa. Uma vez, ele tentou morder uma pessoa que foi fazer um serviço lá em casa. Na verdade, pegou só as calças do homem, sem machucá-lo.

ZH – Como vocês criavam o animal?

Claudete –
Nós pegamos o Tigre com 30 dias de vida, há quatro anos. O meu marido chegou em casa com ele no colo. Era o nenê da casa, eu o criava como se fosse nosso filho.

ZH – A senhora não tinha medo de deixá-lo com os seus filhos?

Claudete
– Pelo contrário. Quatro dos meus sete filhos menores, com idade entre um ano e 14 anos, moram com a gente e brincavam com ele.

ZH – Por que não havia nenhuma adulto no momento do ataque?

Claudete
– Meu marido e eu estávamos no trabalho.

ZH – Por que o animal se chama Tigre?

Claudete
– Eu escolhi este nome porque ele tem uma pelagem malhada, que se parece com um tigre.

ZH – A senhora já falou com os pais do garoto?

Claudete
– Vou dizer o que para eles? Eu tenho filhos e posso imaginar o que eles estão sentindo. Na verdade, nem consigo imaginar. Sinto como se tivesse perdido um filho. Nós somos amigos dos pais do menino. Estamos arrasados.

ZH – Por que vocês decidiram sair de casa?

Claudete
– Fomos ameaçados. Disseram que colocariam fogo na casa. Preferimos deixar a poeira baixar. Não sei o que será das nossas vidas porque estamos na casa de um amigo do meu marido. Eu perdi o emprego e não sei se ele conseguirá manter o trabalho dele (ao se afastar de Capão).

ZH – Como está a filha da senhora, que estava com o menino no momento do ataque?

Claudete
– Desesperada. Ela só chora. 


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