domingo, 21 de março de 2010

O que fazer com eles?



O que fazer com eles?

Pit bull
PESO: 42 a 50 kg
ALTURA : até 68 cm PRESSÃO DA MORDIDA: 2,5 toneladas por centímetro quadrado
LONGEVIDADE: 10 a 11 anos

Cão de guarda tão bravo que não deve ser treinado para o ataque. Fica irritado em ambientes pequenos porque precisa movimentar-se constantemente

Rottweiller
PESO: 30 a 35 kg
ALTURA : até 50 cm
PRESSÃO DA MORDIDA: 2,75 toneladas por centímetro quadrado
LONGEVIDADE: 10 a 11 anos

É um cão tão feroz que sobe até em árvores para apanhar sua vítima. É capaz de puxar objetos até cinco vezes mais pesados que ele. Sofre alterações mentais e se torna mais agressivo se viver em espaço pequeno
Os monstros mataram outra vez. No domingo de Páscoa, o garoto Hugo José Salomão da Silva, de 8 anos, teve dois encontros com seu cachorro rottweiler chamado "Napo". O primeiro foi amigável: o menino deu comida em sua boca e escovou o pêlo do animal. O segundo foi fatal: Napo saltou contra o corpo de Hugo e mordeu seu pescoço, rasgando veias, rompendo artérias e destruindo a traquéia – de acordo com o relatório dos médicos-legistas que examinaram o corpo do menino. O ataque ocorreu em Boituva, cidade localizada no interior de São Paulo. Napo era cão de guarda do supermercado do pai de Hugo, mas ironicamente atacou o menino no momento em que a família mais precisou do cão, para tentar se proteger de cinco bandidos durante um assalto. O cachorro se assustou com a movimentação e voltou-se contra o menino. Hugo foi enterrado no dia seguinte, e Napo, sacrificado. Difícil pensar numa dor maior do que a do pai que enterra o próprio filho. Mas é assustador saber que outros pais e mães irão passar exatamente por isso. A não ser que se tomem providências enérgicas para controlar a proliferação de cães assassinos no Brasil.

Dobermann

PESO: 35 a 40 kg
ALTURA*: até 72 cm PRESSÃO DA MORDIDA: 1,8 tonelada por centímetro quadrado
LONGEVIDADE: 9 a 10 anos

Criados para ser cães de guarda e defesa, são animais agressivos mas facilmente adestráveis. Precisam de exercícios físicos diários; caso contrário, ficam mais violentos

* de pé, sobre as quatro patas

A discussão sobre o controle dessas feras vem sendo conduzida de maneira acanhada e tão irracional quanto os animais a que se refere. De um lado, os defensores das raças violentas argumentam que qualquer tentativa de proibir a criação desse ou daquele cão equivale a um cerceamento de liberdade individual e invasão de privacidade. Afinal, dizem, os animais permanecem trancafiados em casa na maior parte do tempo e em geral só reagem a agressões. O caso de incontáveis vítimas e agora o de Hugo mostram que o debate deveria estar sendo travado num patamar mais responsável. De outro lado, as autoridades não fazem muito melhor. Todas as medidas tomadas até aqui (muito bem-intencionadas, diga-se) são apenas paliativas. No Rio de Janeiro, entra em vigor nas próximas semanas uma lei que ordena a esterilização de todos os pit bull, um dos tipos de cachorrro mais perigosos que existem. Os mesmos pit bull também são alvo de projetos semelhantes em Porto Alegre e Fortaleza. O Congresso Nacional discute uma lei sobre o assunto. O defeito desses projetos todos é que, em geral, preferem culpar o cão a culpar o dono. É como se o Código de Trânsito tirasse de circulação as marcas de carro mais envolvidas em acidentes em vez de cassar a carteira dos motoristas responsáveis pelas barbeiragens.

Futuros assassinos – Outro defeito das medidas adotadas até aqui contra os animais violentos (todas muito bem-vindas, repita-se) é seu lado improdutivo. Enquanto se discute a proibição do pit bull, pelo menos quatro raças já disputam no mercado brasileiro o título de fera do século XXI (veja três delas no quadro). Duas são linhagens conhecidas no exterior, o italiano cane corso e o dogo argentino. O cane corso, trazido para o Brasil pelo apresentador Fausto Silva, tem o temperamento e a força do rottweiler, com a vantagem de ser mais resistente a doenças. "Em breve, ele será o substituto do rottweiler e do pit bull", anima-se o criador Edson Augusto Vieira, de São Paulo. Os outros dois animais são aparentemente mais perigosos. Um deles, o dogue brasileiro, tem temperamento imprevisível. O outro, o uruguaio cimarron, vivia em estado selvagem nos pampas gaúchos e sua domesticação tem poucas décadas. "A introdução desses animais é prova de que não adianta restringir a criação dessa ou daquela raça", afirma Renato Almada, diretor do Kenel Clube Paulista.


FONTE:
http://veja.abril.com.br/140499/p_094.html

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