Sexta-feira, 26 de outubro de 2012
COMO TENTATIVA DE DEFESA, AFIRMA ESPECIALISTA....
A tragédia que se abateu sobre os moradores da rua
Francisco Romualdo, bairro Boa vista, em Mossoró, na última quarta-feira, onde
um cachorro da raça Pitbull/Bull Terrier atacou e matou um bebê de apenas seis
meses, pode ter sido ocasionada pelo animal como forma de defender seu
território, de "invasores", segundo especialista. A análise é feita
pelo médico veterinário Paulo Fernando, do Centro Veterinário de Mossoró. Segundo
o veterinário, o único que não pode ser responsabilizado pela tragédia é o animal,
que usou o seu instinto para defender seu território. "O cão é descendente
do lobo, independente de qual raça seja, e o seu habitat é constantemente
defendido, quando ele se sente ameaçado. No momento em que a adolescente entrou
no quarto, onde costumeiramente o cão habita, foi entendido por ele que se
tratava de um invasor, por isso o ataque", explicou. Para o veterinário, o
simples fato do animal ver uma pessoa estranha em seu território já estimula o
ataque como forma de defesa. "A nossa opinião é baseada em estudo
científico, fruto de muita pesquisa que temos feito sobre o comportamento dos
animais. É estritamente baseada em estudos teóricos e práticos", disse. Com
relação a um eventual sacrifício do animal, o veterinário ver como ponto de
decisão pessoal dos proprietários do cachorro. "Analiso da seguinte forma:
depois de um ocorrido onde por fatalidade uma criança foi vítima do ataque do
animal, dificilmente a família vai querer continuar com o cão. Por outro lado,
ninguém vai querer também ficar com um bicho com esse histórico, por isso o
sacrifício torna-se uma opção, infelizmente," concluiu. Por volta das 11:00h
da quarta-feira (23), uma menina de 11 anos, prima da vítima, pegou a criança
no colo para levá-la à casa da vizinha, onde o cachorro era criado, porém, no
momento da tragédia o animal estava trancado em um quarto e quando a garota
entrou com o bebê, o cão avançou sobre elas, momento em que o bebê caiu do
braço da prima e foi morto a mordidas pelo animal. Na manhã de ontem, o corpo
do bebê foi sepultado no cemitério público do município da Serra do Mel, sob
forte comoção de familiares e amigos. O delegado Rafael Arraes, titular da 2ª
Delegacia de Polícia Civil de Mossoró, que está apurando o caso da criança
morta pelo cão Pitbull/Bull Terrier, disse que está ouvindo os familiares da
vítima e os donos do animal, para entender o que realmente aconteceu e concluir
o inquérito. De acordo com Arraes, o pai da vítima foi ouvido ontem e relatou
em seu depoimento que reside na Serra do Mel, assim como a mãe da criança, e
atualmente está separado da mulher, que estaria em Mossoró na casa de
familiares. "O pai da vítima disse que está separado e que a mulher tinha
vindo a Mossoró passar uns dias na casa de familiares e não havia comunicado a
ele que traria a criança. Ele só ficou sabendo que a filha estava em Mossoró
quando recebeu a ligação da morte dela", contou o delegado. Para o
delegado, o caso é muito complicado de se apurar, por ter muitas vertentes para
se chegar a um culpado. "Existem muitas possibilidades para se apurar o
caso, porém no momento prefiro ouvir as testemunhas e concluir o
inquérito", finalizou. A reportagem do O Mossoroense esteve ontem no Centro
de Controle de Zoonoses, no bairro Quixabeirinha, onde o cão está em
observação. De acordo com os técnicos do local, existe um acordo verbal da dona
do cachorro para sacrificá-lo, porém a instituição só o fará com um termo
escrito pela proprietária do animal.
JORNAL O MOSSOROENSE.
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