quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mulher vive com 120 cachorros e 50 gatos vizinhos reclamam

14:31 - 26/10/2011
Cirlene gasta mais de R$ 3 mil com os animais por mês
Quem tem um bicho de estimação em casa sabe dos cuidados que ele requer, incluindo veterinário, comida específica e carinho. Para Cirlene de Souza Ferreira, de 43 anos, não basta apenas ter uma animal em casa e colocá-lo para dormir na mesma cama que ela. A ex-cozinheira cuida de 170 animais, 120 cães e 50 gatos, que tem, em média, de cinco meses a cinco anos de idade.  Ela mora em uma casa e abriga os animais em dois terrenos. “Hoje tenho espaço”, conta ela, que antes morava em uma casa de três cômodos com 30 cachorros.
Uma vida integralmente dedica aos cachorros. Essa é a melhor definição para Cirlene. Para muitos, pode parecer um absurdo, mas ela afirma que cuida de cada um deles como se fossem crianças. “Os vizinhos me denunciaram e disseram que eu estava fazendo depósito de cães”, conta. Ela está nesta casa há três anos junto com seu companheiro Germínio da Silva, que conheceu há alguns anos e, juntos, nutrem a paixão pelos cachorros.
Quando conheceu seu companheiro, ela cuidava de 30 cães e ele de mais 30, que foram morar na casa de Cirlene junto com o dono.
Para viver essa paixão pelos animais, ela admite que precisou abdicar de seus divertimentos. “Não lembro a última vez que fui à praia. Só vejo quando passo no ônibus”, conta. Para a família, deixar o trabalho de cozinheira para se dedicar em tempo integral à matilha, é loucura. Os animais, conta Cirlene, são todos idosos ou com problemas de saúde.
“Como ninguém quer, joga aqui”. Ela diz que chega a receber famílias completas de animais. “As pessoas deixam o ex-bicho de estimação amarrado no meu portão e vão embora”, conta.
 “Comecei a gostar quando era criança, meus pais cuidavam de dois cachorros. Quando os pais gostam, os filhos gostam em dobro”, diz. Porém, a filha dela não seguiu a vocação da mãe, que hoje é casada, mora em um apartamento, mas não cuida de nenhum cão. “Ela gostava quando era criança, mas nem entra aqui hoje”, observa.
A mulher, vista por uns como heroína, sabe o nome de todos os animais e fala, ainda, que toda noite escolhe dois para dormir na cama com ela. “Tenho meus dois preferidos, a Pandora e o Louro José, que são mestiços. Mas para os outros não ficarem com ciúme, eu faço um rodízio”. Divorciada, ela confessa que o ex-marido não gostava dessa mania de dormir com os cães.
Os vizinhos de Cirlene também não gostam muito de ter tantos animais por perto. Ela conta que eles denunciaram a casa para o Centro de Zoonoses e que reclamam muito do barulho. “O Zoonoses veio aqui e eu expliquei que era um lugar para triagem de animais. Acordo mais de três vezes à noite para apaziguar as brigas e conter o barulho, mas muitas vezes isso não é possível”.
Gastos
Para manter os animais, Cirlene gasta, por mês, cerca de R$ 3 mil só com a alimentação. São R$ 2.500 só para comprar os 30 kg de ração dos cães. Para cuidar da saúde, Cirlene afirma que gasta, em média, R$ 700 por animal. Para custear isso tudo, ela recebe doações. Quando eles estão doentes, tem uma veterinária que paga alguns custos dos bichos.
Banho, os animais só tomam a cada dois meses. “A gente tem trabalho o dia todo com eles, por isso não tem como dar banho todos os meses”. Para evitar confusões, ela conta que a maioria das fêmeas é castrada.
Assumindo ser contra a comercialização de animais, Cirlene fica feliz por fazer o trabalho que ela chama de “triagem”. 

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