Pulou muro e quase foi morto por cães
Sábado, 26/03/2011, 05:18:58
(Foto: Antonio Melo)
Após passar 12 dias internado no Hospital Metropolitano, vítima de um ataque de cães da raça fila, Robson Rodrigues Lima, 20 anos, alegou que foi atacado após entrar em um terreno de uma madeireira localizada na rua da Santa Paz, no bairro da Cabanagem, para pegar uma bola de futebol. Quando estava no local, foi atacado por três dos oito cães de guarda que tomam conta da área. Robson só não foi morto porque foi ajudado por um amigo.
O ataque sofrido por Robson ocorreu na tarde do dia 4 deste mês. Ele contou que estava jogando futebol com amigos e, em dado momento, a bola teria caído para dentro do terreno da madeireira. Decidiu, então, pular o muro que cerca a área para pegar a bola.
Robson pulou o muro e quando já estava com a bola se viu cercado por três cães. “Nem prestei atenção. Eles são treinados. Vieram de mansinho e não fizeram nenhum barulho e quando percebi já estavam em cima de mim. Eles me atacaram e não queriam me largar. Mordiam para tirar pedaços e tiraram”.
Robson contou que só não foi morto porque um dos amigos que estavam do outro lado do muro percebeu os gritos e pulou também para dentro do terreno particular. “Ele jogou pedras e paus nos cachorros e eles me soltaram”, conta Robson. Ele disse que foi socorrido por amigos e levado para o Hospital Metropolitano, onde passou 12 dias internado sendo medicado e curando os graves ferimentos sofridos no ataque.
O amplo terreno que Robson invadiu pertence ao empresário Almir Nunes. O vigilante da área, Raimundo Nonato Damasceno Pereira, o “Cutia”, recebeu a equipe de reportagem do DIÁRIO DO PARÁ e forneceu outros detalhes do ataque dos cães.
“Cutia” informou que ao todo 8 cães são usados para guardar o terreno. São 3 cães da raça fila, sendo duas fêmeas, uma rottweiler, e dois pitbulls. “Depois do meio-dia eles são soltos, ou assim que o pessoal termina de trabalhar no roçado. A área é muito grande”, diz o vigilante.
OUTRA VERSÃO
Raimundo lembra do dia do ataque sofrido por Robson e contou o que viu naquele dia. “Eram cinco (pessoas) que estavam lá e os cachorros pegaram um deles. Eu não fui lá porque poderia levar uma paulada na cabeça, sei lá. Se eles estivessem jogando bola, ele não estaria no meio do terreno e sim perto do muro”, argumenta o vigilante.
Raimundo disse ainda que acredita que Robson e os outros quatro rapazes estavam no terreno para roubar a madeira que fica estocada no local. “Eles entram aqui para roubar madeira. Já levaram três lotes. Agora que os cachorros morderam um, eles pararam”, afirma.
Robson, por sua vez, procurou a delegacia da Cabanagem para denunciar o ataque dos cães. O delegado Eliezer Machado, diretor da delegacia, informou que abriu inquérito para apurar o caso, considerado um crime de lesão corporal.
“Vou intimar o proprietário. Isso é lesão corporal culposa (culpa in custodiendo). Ele tem o direito de custodiar os animais. Deveria de ter um aviso que havia animais no local. O dono da área vai ser indiciado por lesão corporal”, afirmou Machado.
O proprietário da área da madeireira, Almir Nunes, foi procurado pela reportagem para falar sobre o caso, mas não houve retorno. Ele ficou de comparecer ainda ontem à delegacia da Cabanagem para conversar com o delegado Eliezer Machado. (Diário do Pará)
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