segunda-feira, 28 de junho de 2010

Exterminador de cachorros ataca no Sion


Exterminador de cachorros ataca no Sion
Flávia Ayer - Estado de Minas

Moradores da rua Correias, como Rosina Mazillo, deram queixa à polícia de que alguém usou almôndegas envenenadas para tentar matar os cães.

Moradores da Rua Correias, no Bairro Sion, na Região Centro-Sul da capital, mostram sua indignação contra o envenenamento de cães, com faixas e cartazes de protesto. No domingo de Páscoa, pelo menos quatro cachorros comeram almôndegas e salsichas, com chumbinho, um poderoso raticida. Os alimentos estavam nos jardins da calçada e no portão das casas, ao alcance dos animais de estimação. Um deles, o Amarelinho, um vira-lata que vivia nas redondezas, acabou morrendo no local. Sua foto agora estampa os cartazes pregados nos postes, pedindo cuidado e alertando para o risco corrido pelas crianças.

Segundo a comunidade, a tentativa de envenenamento ocorreu pela primeira vez há duas semanas, mas no domingo o ato teve consequências trágicas. A suspeita é de que um morador, insatisfeito com as fezes dos caninos espalhadas na rua, tenha preparado a armadilha para exterminar os animais. Os moradores fizeram o boletim de ocorrência na Polícia Civil registrando o ocorrido.

Maia, a cadela Schnauzer de Thiago Soares, de 29, morador da Rua Correias, foi uma das vítimas de envenenamento. Sintomas como vômito, diarreia e sangue nas fezes começaram a aparecer no domingo, após um passeio pela calçada. O animal foi levado para uma clínica veterinária, onde foi diagnosticado o envenenamento por chumbinho. “A Maia passou três dias internada na clínica. Teve que fazer lavagem gástrica”, diz.

O cachorro, da raça fox paulistinha, do médico Pedro Vaz, de 42, também apareceu com sintomas de envenenamento. Rosina Mazzillo, de 43 anos, reside no prédio em frente do local onde morreu o vira-lata e, por pouco, não passou por situação semelhante dentro de casa. “Na garagem do prédio, tirei da boca do cachorro da minha irmã uma almôndega com chumbinho”, conta.

No domingo, os moradores recolheram mais de 20 almôndegas de veneno ao longo de toda a via, que vai até a Vila Acaba Mundo, onde são encontrados muitos cães abandonados. Amiga dos animais e moradora da vila, Terezinha Geralda Leal, de 58 anos, tem seis cachorros. Todos estavam largados na rua e foram acolhidos pela faxineira. Dona Terezinha tinha o desejo de adotar Amarelinho, que já rondava a área havia cerca de um ano. “Ficou todo mundo revoltado. O pior é que as crianças ficam brincando por ali”, comenta.

Cuidado

No Hospital Veterinário da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), cerca de três animais de pequeno porte chegam, por semana, com suspeita de envenenamento. De acordo com o professor de veterinária Alysson Lamounier, clínico do hospital, o chumbinho é a substância mais comum usada em casos de envenenamento proposital. “Ele tem ação anticoagulante, fazendo o animal sangrar até a morte. Também age no sistema neurológico, provocando convulsões. A salivação excessiva é outro sintoma do veneno”, alerta.

Para não passar por situação semelhante à dos moradores da Rua Correias, Lamounier recomenda que, ao passear com os animais de estimação, os donos os mantenham na coleira e nunca os soltem da guia. “Assim fica mais fácil controlar o animal e evitar que ele coma qualquer tipo de alimento.” Segundo o professor, o adestramento também é uma forma de se precaver, pois o animal aprende a não comer e lamber objetos e comidas encontradas na rua.

http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/04/16/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=106623/em_noticia_interna.shtml

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