terça-feira, 21 de julho de 2009

Mais de dez mil cães perigosos em Portugal



Mais de dez mil cães perigosos em Portugal
Quase 1500 com «cadastro criminal» ou comportamentos agressivos

Por: Redacção /CR | 15-02-2009 12: 21
Há mais de dez mil cães potencialmente perigosos em Portugal e quase 1.500 com «cadastro criminal» ou comportamentos agressivos.


Sem trela nem açaime, são vistos como uma ameaça por quem pede ajuda à Polícia, que por vezes se recusa a actuar, refere a Lusa.

Na Direcção-Geral de Veterinária estão registados 10.357 cães das sete raças definidas como potencialmente perigosas e a maioria vive nas grandes cidades. Diz a lei que não podem andar na rua sem trela nem açaime e que só podem ser conduzidos por maiores de 16 anos. Mas nem todos a cumprem.


No ano passado, a Brigada Especial de Fiscalização de Animais (BEFA) da Polícia Municipal (PM) de Lisboa levantou mais de 700 autos e apreendeu 32 animais potencialmente perigosos que andavam à solta na capital.


Todos os dias chegam ao comando da PM novas denúncias que exigem a actuação das BEFA: só em Lisboa há registo de 419 cães potencialmente perigosos.


Além desta lista, existe uma outra onde estão inscritos os canídeos que já têm o «registo criminal» manchado: atacaram pessoas ou outros animais ou então têm reconhecidamente um «carácter e comportamento agressivo». São 1.437 em todo o país e 127 só em Lisboa.


Os agentes Rui Pedro e António Gaudêncio, da BEFA, já sabem onde vive a maioria dos cães perigosos da cidade e quais as zonas preferidas pelos donos para passear os animais.

«Na semana passada passámos cerca de uma dezena de autos relacionados com cães potencialmente perigosos. Duas autuações foram de 2.400 euros cada», recorda o agente Gaudêncio, apontando a falta de legalização dos animais como outra das principais irregularidades detectadas.

No primeiro ano de actividade, os agentes nunca foram mordidos, mas já apanharam «muitos sustos». Mas isto é algo que não os assusta: «Se houver uma denúncia vamos, seja onde for», garantiu o agente Rui Pedro.

Nem todas as cidades contam com equipas como a BEFA. Maria Rodrigues mora numa urbanização nova na Amadora, onde «em cada prédio há pelo menos um cão». Tem um rafeiro e é uma apaixonada por animais, mas a presença de «tantos rottweillers num bairro onde vivem muitas crianças» é algo que a assusta.

Mãe de um rapaz de 17 meses, Maria começou por estranhar que nunca houvesse crianças no parque infantil do bairro, mas depressa percebeu a razão: «Ninguém leva lá as miúdos com medo dos cães. Aqui, os espaços verdes são deles (animais) e andam sem trela nem açaime. Já liguei várias vezes para a PSP da Amadora e para a Polícia Municipal e eles dizem que não podem fazer nada. Dizem que quando acontecer alguma coisa vêm cá».


Segundo a DGV, estão registados na Amadora 57 cães potencialmente perigosos e 15 perigosos.


Contactadas as Polícias das cidades do país com mais registo de animais perigosos ou potencialmente perigosos e a maioria disponibilizou-se para ir ao local verificar a situação. No entanto, alguns elementos das esquadras da PSP e postos da GNR confirmaram o cenário relatado de Maria Rodrigues.

Em Castelo Branco, onde há registo de 17 cães potencialmente perigosos, a PSP disse que era preciso «ir à esquadra», «fazer uma denúncia» e «assumir as responsabilidades» para os agentes poderem actuar.


Contactados às 15:00, os agentes de Coimbra disseram que era preciso «ligar para o canil». «Fora das horas de expediente não podemos fazer nada», explicou o agente. Já os responsáveis do canil disseram que era preciso «apresentar queixa por escrito».


Em Sintra, localidade que concentra mais cães potencialmente perigosos do país (450), a GNR recusou-se a aceitar denúncias anónimas. Idêntica resposta do posto de Ponte de Sor, distrito de Portalegre, onde um militar questionou o número da porta onde estava o cão, já que a patrulha não ia «andar na rua para cima e para baixo».
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/caes-animais-cadastro-caes-perigosos-perigo-cao/1042844-4071.html

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