sábado, 25 de julho de 2009

Os cães que matam..


Os cães que matam...

O mais provável é que tenham sido cães selvagens a atacar as ovelhas na passada terça-feira na Faia. Continuam os inquértos locais mas o director do PNSE não parece ter dúvidas. Até porque há 15 anos que não há registo oficial de um único lobo na região. Os chamados cães assilvestrados - um misto de doméstico e selvagem - são agora o perigo número um. Ao contrário do lobo, este animal ataca o homem e pode matar.

Lobos ou cães assilvestrados? A dúvida continua em relação ao ataque a um rebanho de ovelhas, na terça-feira passada, junto à freguesia da Faia, concelho da Guarda. Os técnicos do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) continuam a averiguar a origem da "matança" através de inquéritos locais. Mas, antes de qualquer prognóstico oficial, o director daquela entidade que investiga o caso inclina-se mais para o cão assilvestrado, vulgarmente chamado de cão selvagem, ou seja o cão doméstico que foi abandonado.

Cunha Direito refere, aliás, que embora o tipo de ataque seja idêntico ao do lobo, as marcas deixadas, sobretudo das patas, levam a concluir que se trata de cães selvagens. É que aparece um quinto dedo, ou garra, que o lobo não tem, justifica o mesmo responsável. Por outro lado, «há mais de 15 anos» que não se vê um lobo em toda a zona do Parque Natural embora se saiba que a espécie ainda vá aparecendo em toda a faixa fronteiriça de Bragança à Guarda. E são conhecidos, pelos menos, dois casos de ataques na zona de Trancoso e Rocamonde.

Mas é fenómeno do cão selvagem que começa a tomar proporções que preocupam o director do PNSE que já admitiu ao TB intervir junto de várias entidades para que o problema seja equacionado. Cunha Direito fala em «grande quantidade» destes cães e alerta para o perigo que representam não só para os animais mas para o homem. É que «o lobo não ataca pessoas e o cão assilvestrado ataca e pode até matar». Não há nenhum levantamento da quantidade de indivíduos que possam andar por aí à solta mas o director do Parque adianta que «é um problema grave». De onde vêem estes cães? Cunha Direito refere que há abandono deliberado e alguns casos de cães de caça que se perdem. Forma-se autênticas matilhas altamente perigosas e cuja solução passa, no entender de Cunha Direito, pela «sensibilidade das pessoas em não abandonar os animais». O director, claramente precocupado com esta situação, reforça dizendo que se trata de uma questão cívica que terá que merecer a atenção de muita gente.

O mesmo responsável chama a atenção para um local na Guarda onde começam a aparecer as ninhadas de cães assilvestrados. Junto à Lixeira Municipal. Os técnicos do PNSE têm batido o local e ainda há dias deram com uma ninhada debaixo de um rochedo. A mãe alimenta-se da lixeira a céu aberto.

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