terça-feira, 30 de novembro de 2010

Raiva e outras doenças

Cuidado: cachorro louco

Você sabia que agosto é conhecido como o mês do cachorro louco? Dizem que, nesse mês, é comum os cães pegarem uma doença terrível, a raiva, que deixa vários animais, inclusive gatos, cavalos, bois, morcegos e até gente, doidinhos da silva! É verdade que não existe comprovação científica, mas alguns veterinários acreditam que a raiva realmente possa se espalhar mais facilmente nesse período por causa da maior quantidade de cadelas no cio. Na disputa pelo “amor” das cadelas, os cães acabam brigando, aumentando, assim, as chances de transmissão da doença.
Mas não pense que a raiva é transmitida somente nesse mês. Ela pode acontecer em qualquer época do ano. Por isso, os seus animais devem estar sempre com a vacina em dia. Aproveite a campanha de vacinação de cães e gatos, que acontece todo ano. Procure saber quando ela ocorre no seu município. Normalmente é entre os meses de agosto e setembro. A vacina é gratuita, portanto não deixe de levar o seu animalzinho! Para ficar imune à raiva, ele precisa ser vacinado anualmente.

Raiva: uma doença fatal

A raiva é uma doença infecciosa, aguda e mortal, transmitida entre mamíferos, inclusive ao homem, geralmente por mordida, arranhão ou lambida de um animal infectado. Ela é causada por vírus pertencentes à família Rhabdoviridae (do grego rhábdos, “vara”, “bastão”), do gênero Lyssavirus (em grego, Lyssa, “loucura”). Esses vírus estão presentes na saliva dos doentes e podem penetrar no organismo pela mucosa, como a da parte interna da boca, ou pela pele, através de corte ou ferida.
Tanto no homem quanto nos animais, a raiva é fatal em todos os casos – depois que surgem os sinais da doença, não há mais como reverter o quadro e a morte é certa. Daí a importância de vacinar, anualmente, os animais domésticos a partir de 45 dias de vida. A vacinação humana como medida preventiva só é indicada em caso de profissões de alto-risco, como veterinários, porque, além de a vacina ser muito cara, existe o risco de efeitos colaterais.
Phyllis Romijn, médica-veterinária da Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde do Estado do Rio de Janeiro, orienta que as pessoas também “respeitem o espaço dos animais”, ou seja, não se aproximem demais, principalmente, de cães e gatos desconhecidos e mamíferos silvestres, que podem transmitir a doença.
Mas se uma pessoa é mordida ou entra em contato com algum animal suspeito de raiva, ela deve procurar imediatamente um posto de saúde. Dependendo do caso, o médico poderá indicar a aplicação de vacina e anticorpos antirraiva. “Evitar que a doença se instale é a única forma de não ser acometido pela enfermidade”, explica Romjin, que é especialista em raiva. A boa notícia é que não é mais preciso tomar aquela quantidade enorme de injeções na barriga, como acontecia antigamente: “As medidas preventivas já evoluíram bastante”, acrescenta.
Eliminada em alguns países desenvolvidos, a raiva ainda faz vítimas no Brasil. Dados do Ministério da Saúde revelam que o número de casos de raiva humana, no país, tem aumentado nos últimos anos. Em 1980, tinham sido notificados 173 casos e, desde então, o índice vinha caindo, até baixar em 2001 para apenas dez. Em 2005, no entanto, o número subiu para 44.
Atualmente, surtos de raiva na América Latina também tem preocupado autoridades e a população em geral. Somente em Santa Cruz, na Bolívia, foram identificados mais de 500 focos da doença desde o início de 2006.
Há pouco tempo, um menininho boliviano morreu de raiva, depois de ser mordido pelo seu próprio cachorro. Ao invés de observar o comportamento do animal, a família deu o cão. Passado um certo período, ele apresentou os sintomas mais tristes da doença: atacou e mordeu o pescoço de um coleguinha numa brincadeira. O amigo, porém, foi vacinado e se salvou.

Principais transmissores

O cão e o gato são os principais transmissores da raiva para o homem nos ambientes urbanos. Mas todos os mamíferos, inclusive os silvestres, podem contrair a raiva, sendo, portanto, potenciais transmissores da doença.
“Muitas pessoas de áreas rurais brincam ou até mesmo abrigam animais silvestres em sua casa, o que é proibido por lei, sem saber dos riscos que correm de contrair a enfermidade”, alerta a veterinária Romijn. “Na região nordeste do Brasil, tem-se o hábito de adotar saguis como animais domésticos, e já houve vários casos de pessoas que adquiriram a doença desses animais”, completa a especialista. Macacos, micos, gambás, raposas e roedores silvestres são outros exemplos de animais selvagens que podem transmitir a doença.
O morcego vampiro ou hematófago (que se alimenta de sangue) da espécie Desmodus rotundus é também um importante transmissor da raiva, infectando bois, cavalos, morcegos de demais espécies, outros animais e até mesmo pessoas. Romijn explica que desequilíbrios ecológicos provocados pelo homem, com a redução do número de predadores naturais, como cobras, corujas e gaviões, somados ao aumento da disponibilidade de abrigo e alimento, têm levado ao crescimento das populações de morcegos. “A consequência é que tem crescido o número de ataques”, explica.
Mas não vai, agora, achar que os morcegos vampiros são como os dos filmes de terror, procurando a sua próxima vítima humana. Por outro lado, também é verdade que, se você entrar em grutas ou dormir com a janela aberta ou ao ar livre, em locais onde é sabida a existência de muitos morcegos, as chances de você ser atacado aumentam bastante.
Esses mamíferos voadores possuem dentes muito afiados e, na maior parte das vezes, a vítima nem percebe que foi mordida. O corte costuma sangrar por mais de 12 horas porque na saliva deles existe uma substância anticoagulante, que não deixa o ferimento cicatrizar com facilidade.
Caso você seja mordido por um morcego, lave o ferimento com água e sabão e procure imediatamente atendimento médico em um hospital ou posto de saúde. A mesma coisa você deve fazer se for agredido por um mamífero silvestre ou doméstico desconhecido ou que não esteja com as vacinas em dia.
Se o animal estiver com sinais da raiva, ele terá de ser morto por um veterinário e sua cabeça enviada para diagnóstico laboratorial. Se for o seu próprio animal de estimação, será necessário deixá-lo por observação durante dez dias, em local isolado, para ter certeza de que ele não está raivoso. Mas em todo caso, não deixe de ir ao médico. Só ele pode dar as orientações necessárias. Lembre-se: a raiva é fatal!
Para mais esclarecimentos, entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses da sua região.
Fonte: www.invivo.fiocruz.br
Raiva
A raiva é uma doença provocada por vírus caracterizada por sintomatologia nervosa que acomete animais e seres humanos. Transmitida pelo cão, gato, rato, bovino, eqüino, suíno, macaco, morcego e animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por animais raivosos.
Os animais silvestres são reservatório primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os animais domésticos de estimação são as principais fontes de transmissão da raiva para os seres humanos.

SINTOMAS NOS ANIMAIS

A raiva pode apresentar vários sinais clínicos, tornando-se difícil diferenciar de outras síndromes nervosas aguda progressivas. Os sinais podem incluir alterações de comportamento, de depressão, demência ou agressão, dilatação da pupila, fotofobia (medo do claro), incordenação muscular, mordidas no ar, salivação excessiva, dificuldade para engolir devido a paralisia da mandíbula, déficit múltiplos de nervos cranianos, ataxia e peresia dos membros posteriores progredindo para paralisia.
Neste estágio o animal pára de comer e beber. O estágio paralítico pode durar de um a dois dias, seguido de morte por parada respiratória. O período de incubação, à partir da mordida até o início dos sinais clínicos, é variável podendo ser de duas semanas a seis meses. Mas a partir do momento que sejam vistos os sinais neurológicos, a doença é rapidamente progressiva, com a morte acorrendo dentro de sete dias, na maioria dos animais.
Mordidas na face, cabeça e pescoço resultam em períodos de incubação mais curto.

SINTOMAS NOS HUMANOS

O homem recebe o vírus da raiva através do contato com a saliva do animal enfermo. Isto quer dizer que, para ser inoculado, não precisa necessariamente ser mordido - basta que um corte, ferida, arranhão profundo ou queimadura em sua pele entrem em contato com a saliva do raivoso.
Independente da forma de penetração o vírus dirige-se sempre para o sistema nervoso central. O tempo de incubação, porém, varia com a natureza do vírus, o local da inoculação e a quantidade inoculada. se o ponto de contágio tiver sido a cabeça, o pescoço ou os membros superiores, o período de incubação será mais breve, porque o vírus atingiráa região predileta com maior rigidez. A partir daí, o vírus migra para os tecidos, mas sobretudo para as glândulas salivares, de onde é excretado juntamente com a saliva.
Tanto no homem como nos animais, quando os sintomas da moléstia se manifestam já não há mais cura possível - a morte é certa. Assim, todo tratamento tem que ser feito durante o período de incubação, quando o paciente não apresenta sintomas e não manifesta queixas.
No homem, o primeiro sintoma é uma febre pouco intensa (38 graus centígrados) acompanhada de dor de cabeça e depressão nervosa. Em seguida, a temperatura torna-se mais elevada, atingindo 40 a 42 graus. Logo a vítima começa a ficar inquieta e agitada, sofre espasmos dolorosos na laringe e faringe e passa a respirar e engolir com dificuldade. Os espasmos estendem-se depois aos músculos do tronco e das extremidades dos membros, de forma intermitente e acompanhados de tremores generalizados, taquicardia, parada de respiração.
Qualquer tipo de excitação pode provocá-los (luminosa, sonora, aérea, etc.). O homem, ao contrário do cão, torna-se hidrófobo (sofre espasmos violentos quando vê ou tenta beber água). Freqüentemente experimenta ataques de terror e depressão nervosa, apresentando tendência à vociferação,à gritaria e à agressividade, com acessos de fúria, alucinações visuais e auditivas, baba e delírio.
Esse período de extrema axcitação dura cerca de três dias, vindo a seguir a fase de paralisia, mais rápida e menos comum nos homens do que nos animais. É então que se nota paralisia flácida da face, da língua, dos músculos da deglutição, dos oculares e das extremidades dos membros. Mais tarde, a condição pode atingir todo o corpo.
Às vezes, a moléstia pode manifestar evolução diferente: surge com a paralisia progressiva das extremidades e logo se generaliza. Mas, seja qual for o tipo, a raiva sempre apresenta uma evolução fatal para o paciente.

PROFILAXIA

O controle e profilaxia visa vacinar os animais de estimação a partir de 3 meses de idade e depois anualmente; capturar cães de rua; controlar os transmissores (morcegos), evitando, porém, contato direto com o mesmo.
Caso seja detectada a presença de morcegos em alguma região deve-se: procurar iluminar áreas externas nas residências; colocar telas nos vãos, janelas e buracos e fechar ou vedar porões, pisos falsos e cômodos pouco utilizados que permitam o alojamento de colônias.
O animal com suspeita de raiva deve ser isolado e ficar em observação ou sofrer eutanásia para ser realizado um exame do cérebro e tronco cerebral em busca do vírus.
Se houve exposição humana ou animal de um outro animal com sintomas clínicos sugestivos de raiva, deverá ocorrer inoculação em camundongos para verificar a presença do vírus, isto quando o exame cerebral der negativo.

COMO TRATAR UM CÃO OU GATO QUE MORDEU UM SER HUMANO?

Esses animais (cães e gatos) que morderam seres humanos e apresentaram sintomatologia nervosa devem sofrer eutanásia e seus cérebros examinados para verificar a presença do vírus da raiva.
Já cães e gatos sadios de dono conhecido, devem ser confinados por dez dias de observação após a mordida, em busca de sintomas de raiva (para verificar se a pessoa foi exposta à raiva). Caso o resultadodê positivo com a presença do vírus da raiva, deverá ser iniciada a imunização o mais rápido possível, pois não há período de espera seguro.

E QUANTO A CÃO E GATO EXPOSTOS À; RAIVA, O QUE FAZER?

Caso este cão e gato estejam atualmente imunizados (tomaram vacina contra a raiva) e foram mordidos por um animal comprovadamente raivoso ou mordidos por animais silvestres numa área onde há casos de raiva, devem ser revacinados e observados durante 90 dias.
Entretanto os animais não vacinados devem sofrer eutanásia ou se o dono não quiser devem ficar confinados a um estrito isolamento durante 6 meses, no quinto mês este cão deve ser vacinado,e se estiver sadio no final do sexto mês poderá voltar ao seu dono.
Fonte: www.zoonoses.agrarias.vfpr.br

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/raiva/raiva-2.php

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