Não faltam as histórias de cães fantasmas. É para rir ou para ficar a tremer? Cada qual tire as suas próprias conclusões depois de conhecer uns quantos relatos.
Comecemos pela Grande Guerra, quando os obuses da Grande Berta caíam sobre Paris. Crapote era uma pequena cadela fox-terrier que o dono pôs num refúgio pensando que talvez tivesse de abandonar a cidade.
Uma dezena de dias depois, durante a noite, o homem acordou de repente e «viu» Crapote colocada numa espécie de outeiro olhando-o com tristeza e depois saltava para o vazio. Inquieto, o dono telefonou logo para o refúgio: considerando que a situação era difícil, o responsável tinha mandado matar todos os cães...
Outro testemunho, que data de 1910, é o de um habitante de Lausana, G. Graeser, que tinha confiado à mãe a guarda de Bobby, o seu São-bernardo. Um dia, pelas 19.30, Graeser estava na sua casa quando de repente viu a porta abrir-se e apareceu Bobby, um Bobby triste e vacilante que se aproximou «dele, roçou-lhe as pernas e deitou-se». O seu antigo dono quis acariciá-lo... mas apenas encontrou o vazio.
Assustado, telefonou para o Clos d´Équarrissage, muito perto dali: «Viram uma senhora vestida de preto com um São-bernardo?» A resposta caiu como uma pancada: «Mataram um São-bernardo há apenas dois minutos; a senhora ainda está aqui». Esta aventura era contada pelo célebre astrónomo Camille Flammarion (clique aqui), grande entusiasta do paranormal.
Em «Alien Animals» são contadas muitas histórias misteriosas como a do cão preto que percorre o pequeno caminho perto de Uplyme no condado de Devon.
VOLTA PARA DEFENDER A DONA...
Nestor, o epagneul de Dorothy Morgan, morrera recentemente. A mulher, de nacionalidade inglesa e que tinha dificuldades financeiras, deixou a casa e alugou um andar.
E uma noite, apareceu Nestor... e saltou para a cama como era seu costume. Na noite seguinte voltou mas desta vez não vinha sozinho: com ele um caniche cinzento prateado, e os dois cães (fantasmas) começaram a correr pelo andar.
Dorothy contou estas estranhas aparições aos proprietários do andar que depois da descrição do caniche disseram que «é o nosso Pimlico, morto há muito tempo; está enterrado no jardim».
Deve ter-se em conta que Dorothy nunca tinha ouvido falar desse caniche...
Histórias como estas abundam nos livros de parapsicologia. Encontramo-las, por exemplo, no estudo de E. Bozzano, O caso dos animais que regressam, em As aparições misteriosas ou no último livro de Jean Prieur (clique aqui), A alma dos animais (1986).
A leitura deste livro de Ernesto Bozzano é fundamental para se responder a uma das perguntas mais intrigantes da vida: os animais têm alma? Estruturando a sua pesquisa em duas grandes diretrizes a actividade paranormal dos animais e casos de aparição post-mortem de fantasmas de animais, Bozzano comprova a existência e a sobrevivência da alma dos animais com uma argumentação rigorosamente científica. Uma obra insuperável.
Eis outra aventura que aconteceu a uma médium célebre, Elizabeth d´Espérance (clique aqui). Uma manhã, na sua casa de jantar, viu uma pequena cadela terrier, Morna, que tinha tido há já algum tempo. Pôs-se a correr pelo aposento e escondeu-se por debaixo da mesa. D´Espérance pensou que o novo dono da cadela (que vivia a 160km de distância) lha tinha devolvido. Mas, quando voltou ao aposento, Morna tinha desaparecido.
Pensou que estava ser vítima de uma alucinação. No entanto, quando um ano depois se encontrou com o dono da terrier, soube que Morna tinha morrido devido às feridas que sofrera na luta com um cão enorme. E a morte tinha acontecido no mesmo dia da sua surpreendente aparição...
Como se pode ver, na maioria destes testemunhos, os fantasmas dos cães aparecem depois da sua morte ou no preciso momento em que acontece o falecimento.
Outro exemplo. Na Califórnia, uma noite, uma senhora atravessava um parque deserto e escuro. Imediatamente foi atacada por dois homens. Tentou fugir e então apareceu Nigel, seu cão de guarda, um temível colley. Afastou os agressores e acompanhou a dona até uma zona iluminada. E ali mesmo, desapareceu. O mais extraordinário é que Nigel tinha morrido no ano anterior...
Em 1911, um fantasma feminino aparecia regularmente ao reverendo C.L.Tweedale em Inglaterra. Um dia estava acompanhado por um cão, depois apareceu apenas o animal várias vezes. Até era perseguido por uma menina de dois anos que lhe gritava: «bu, bu». O reverendo reconheceu pela pelagem branca manchada de preto o seu terrier morto há doze anos.
Em Créteil, na periferia de Paris, diz-se que os fantasmas dos cães apareciam para atormentar os vivisectores que os tinham torturado em vida...
Os exemplos podiam ser multiplicados. Acredita-se nuns, não se acredita noutros... Evidentemente, faltam provas objectivas. Segundo os parapsicólogos, os cães fantasmas classificam-se de diversas maneiras: corpo astral, corpo subtil, corpo etéreo, corpo-energia - existem muitos nomes - e seriam compostos de plasma, o quarto estado da matéria.
Alguns crêem que as aparições são a prova da sobrevivência da alma animal e, portanto, da sua existência. É muito raro o «fantasma» que aparece ser o de um cão que ainda está vivo.
UMA MATILHA INQUIETANTE
Também se contam casos ligeiramente diferentes dos anteriores. Depois da morte do seu cão Rolf, Isabelle de S. quis ter um gato. Mas Rolf detestava gatos.
Isabelle levou para casa uma gatinha chamada Tortoise. Esta adaptou-se muito bem à sua nova casa mas evitou cuidadosamente o cesto que tinha sido ocupado pelo cão.
E um belo dia, a gata ficou aterrorizada em frente do cesto e começou a arquear o lombo. Isabelle compreendeu que Tortoise «via» Rolf. Então, começou a caça. A gata, assustada, fugindo do seu inimigo (invisível aos olhos humanos), saltava por cima dos cortinados, escondia-se nos armários e metia-se onde podia. Até que um dia fugiu e voltou para os seus antigos donos. E Isabelle renunciou a tê-la de novo.
Outro tipo de história. Em finais do século passado, nos Estados Unidos, um homem regressava a casa quando viu sentado perto da rua um cão enorme que media mais de 1.50m de altura. E nessa ocasião, uma matilha de várias dezenas de cães fantasmas, pequenos todos eles, lançaram-se em cima dele ladrando furiosamente.
Disparou, mas as balas atravessaram-nos sem os ferir. Depois, desapareceram todos...para reaparecerem de novo todas as noites sempre com a mesma agressividade.
Às vezes, ouvem-se latidos (sem que haja forçosamente uma aparição). Uma mulher que regressava a Versalhes (e que, sem dúvida, estava impressionada com a história dos fantasmas de Trianon) ficou surpreendida no seu carro por uns latidos; mas não havia nenhum cão.
Outra história extraordinária: em 1916, um inspector da Scotland Yard reformado, Arthur Springer, fotografou várias pessoas que estavam a tomar chá em Tigenswick, em Inglaterra; mas quando revelou a fotografia o que viu foi... um cão fantasma cujo corpo era perfeitamente visível embora a cabeça estivesse desfocada; dessa vez, ninguém o reconheceu. Há «aparicões» que são reveladas nas fotografias e que ninguém viu.
E, sempre em Inglaterra, como é lógico, há numerosas lendas de cães fantasmas que erram através dos campos (o cão dos Baskerville). Esses cães diabólicos de olhos de fogo desvanecem-se num instante deixando um cheiro a enxofre.
Mais pacíficas, mas não menos impressionantes, as histórias de cães fantasmas são um bom testemunho da força que une o cão ao seu dono.
http://bandarravet.blogspot.com/2009/02/os-caes-fantasmas.html
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